Mais de dois meses depois de criar uma força-tarefa para tentar desvendar, inicialmente, o assassinato de 15 mulheres em Goiânia, a Polícia Civil conseguiu prender, na terça-feira, o suspeito de praticar os homicídios em série. A Secretaria de Segurança Pública de Goiás comunicou ontem que o vigilante Thiago Henrique Gomes da Rocha, 26 anos, confessou ter matado 39 pessoas. Na lista de possíveis vítimas, estariam oito mulheres cujas mortes eram investigadas pela força-tarefa.
O vigilante teria dito, em depoimento, que foi responsável pela morte de Ana Lídia de Souza, Bruna Gleycielle de Sousa Gonçalves, Janaína Nicácio de Souza, Lilian Sissi Mesquita e Silva, Ana Maria Victor Duarte, Isadora Aparecida Cândida dos Reis, Juliana Neubia Dias e Wanessa Oliveira Felipe. O mandado de prisão provisória foi expedido pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara. A cúpula da Segurança Pública do Estado de Goiás ainda não apresentou provas técnicas contra Thiago. Afirmou que, neste momento, poderia atrapalhar as investigações que ainda estão em curso.
Em uma rede social, o governador Marconi Perillo (PSDB), que tenta a reeleição, comemorou a prisão. “Nunca tive dúvida de que a investigação iria esclarecer estes crimes que afrontaram a tranquilidade e a integridade das famílias goianas”, postou. Em seguida, ele fez um elogio aos policiais envolvidos. “Sempre disse que nossa polícia é boa e eficiente e que iria chegar aos criminosos”, afirmou.
Ontem pela manhã, o suspeito foi submetido a exames de praxe no Instituto Médico legal (IML) e, logo depois, encaminhado para a Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH). O vigilante, que morava com a mãe, responde a processo judicial por ter furtado placas de motocicletas em um supermercado de Goiânia, no início do ano passado. Ao ser preso, ele teria dito que se sentia angustiado e cometia os crimes para aliviar o sofrimento. Imagens gravadas por um sistema de câmeras de vídeo de uma lanchonete ajudaram a polícia a identificar o suposto serial killer. Contratado por uma empresa privada de vigilância, Thiago trabalhava no Hospital Materno-Infantil, unidade pública do Estado, gerido pela organização social Instituto de Gestão Humanizada (IGH).
Inicialmente, a Polícia Civil de Goiás havia informado que a linha de investigação não apontava para um único assassino. No entanto, ontem pela manhã, o delegado-geral João Gorksi afirmou que os indícios apontam para um maníaco. “Eu acredito que é um serial killer. No começo, ele matava aleatoriamente, no fim, estabeleceu um padrão”, afirmou. Os outros assassinatos cometidos por Thiago teriam vitimado moradores de rua e homossexuais.
Fonte: Correio Braziliense