Neste momento, de caos político e recessão econômica, você enxerga uma liderança capaz de inspirar a velha e boa esperança nos brasileiros? Algum político de expressão nacional que traduza confiança e transparência nas suas ações? Alguém que te motive a olhar para as próximas eleições presidenciais com alguma expectativa de alterar nossa realidade? Se o “NÃO” foi a sua resposta para estas perguntas, você é mais um dos milhões de brasileiros órfãos em sua própria pátria.
Durante nossa vida, sempre buscamos referenciais que nos inspirem, tanto na vida pessoal, quanto na profissional. É aquela pessoa que você olha, admira e diz: -Um dia quero ser assim! Isso é muito natural para os que correm atrás de seus objetivos através de exemplos alheios. Salvo algumas exceções, assim acontece na família, dos filhos em relação aos seus pais; acontece nas empresas onde os colaboradores se espelham em boas lideranças; e nas comunidades onde as pessoas elegem naturalmente alguém que coordene as ações de interesse coletivo.
Não é diferente na política. Na democracia, a política é a ferramenta maior na condução dos interesses de um povo, uma vez que é dado a eles, os políticos, a outorga de legislar sobre direitos e deveres, bem como executar políticas públicas que atendam o desejo de desenvolvimento esperado por todos. Logo, quando escolhemos alguém e votamos nesta pessoa, é o referencial que julgamos ideal naquele momento. Nos convencemos pela idoneidade da sua história ou pelo discurso bem elaborado. Mas em ambas as escolhas corremos o risco de sermos enganados, basta observar a distância que se estabelece ao longo dos anos entre o discurso e a realidade. E quando a decepção acontece, você se sente órfão, pois sua arma maior, o voto, transferiu o poder de decidir por você para alguns, que pouco enxergam além do próprio umbigo.
Enquanto a crise já grita na porta de nossas casas, depois de anos de equívocos econômicos e sociais, cá estamos, os órfãos brasileiros, olhando para o horizonte de 2018, na esperança de ver alguém que literalmente possa salvar a pátria.
Jair Benke é colunista do Portal Click3