O mercado ilegal de cigarro no país cresceu 29% em quatro anos, aponta uma pesquisa inédita feita pelo Fórum Nacional de Combate à Pirataria e à Ilegalidade (Fncp) e divulgado esta semana em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.
O levantamento mostra ainda que das dez marcas de cigarros mais vendidas no Brasil, quatro são contrabandeadas do Paraguai, onde são fabricados em tabacarias próximas à fronteira, por onde entram no país.
Além do prejuízo à economia nacional, este tipo de prática também financia o crime organizado, apontam os especialistas.
“São mais de 200 milícias no Rio de Janeiro que não estão mais preocupadas em vender drogas. Elas querem vender cigarros porque o lucro é muito alto. Eles não só querem vender como proibir a venda do cigarro legal”, apontou o presidente do Fncp, Edson Vismona.
Em 2017, a Receita Federal tirou de circulação cerca de 221 milhões de maços de cigarros. O produto lidera o ranking de apreensões do órgão em todo o país.
De acordo com a pesquisa, cada maço apreendido representa R$ 3,27 de prejuízo médio às quadrilhas especializadas neste tipo de crime.
Nos últimos cinco anos, o país deixou de arrecadar mais de R$ 40 bilhões com o comércio ilegal de cigarros. Em 2017, a evasão foi de mais de R$ 11,5 bilhões, dinheiro com o qual poderiam ser construídas mais de 22 mil postos de saúde ou 120 mil casas populares, por exemplo.
Segundo a RF, operações constantes em pontos estratégicos da fronteira e em parceria com órgãos de segurança como a Polícia Rodoviária Federal têm combatido este tipo de contrabando.
Além da repressão, outra solução seria a equalização dos impostos que incidem sobre os cigarros legais, apontou Vismona, reduzindo os tributos dos mais populares e impondo uma carga maior aos mais caros.
Fonte: G1 Paraná