Estamos na era do imediatismo, onde “tudo que é bom dura pouco”, onde não concertamos mais objetos e situações, mas sim buscamos coisas novas para não precisar modificar o que está com defeito ou antigo demais para determinado ritmo de desenvolvimento.
Onde objetos são sinônimos de felicidade e valores são sinônimos de pobreza. Onde propagandas divulgam a felicidade comprada do tipo “o lanche feliz”, ou “lugar de gente feliz” “vem ser feliz” correlacionando que para ser feliz preciso sempre comprar algo, estar em determinado lugar, comendo determinado alimento e na companhia de tal perfil de companheiro (a), com o carro ou celular do ano.
Mas como disse no artigo da semana anterior onde vazio não pode ser preenchido com comida, volto a repetir, só que agora com relação à estereótipos financeiros. Percebo pessoas vivendo em função de acumular bens passageiros, como se aquilo fosse as definir enquanto ser existente, do tipo “Eu sou o dono do carro x” ou “Eu tenho tantos reais na conta” e quando possíveis eventualidades acontecem e aquilo (material) se dissipa entram em crises seríssimas por não se reconhecerem além daquilo, com gravíssimas dificuldades em interagir socialmente como realmente são em sua essência.
Sem dúvida o termo “Felicidade” é algo extremamente complexo, e é inegável que a situação financeira do individuo pode interferir no seu grau de satisfação consigo mesmo e em suas relações sociais, porém não deve ser diminuída a algo passível de compra. Como exemplo disso podemos imaginar pessoas que estão sempre insatisfeitas e possuem grande poder aquisitivo, a aquisição pode gerar um grandioso prazer imediato, porém se dissipa quase que instantaneamente pois a insatisfação não está no objeto de compra, mas sim dentro do próprio ser.
Por vezes vejo pessoas deixarem de lado o que realmente gostam por terem vergonha de demonstrarem quem realmente são diante de seu ambiente social, temendo julgamentos ou até exclusões.
Mas afinal, quanto custa a felicidade?!
Creio que caríssimo! Tão caro que somente dinheiro não a compra!
Dinheiro não compra paz, nem auto estima, muito menos valorização pessoal e satisfação consigo mesmo. Há pessoas tão pobres que só tem dinheiro, e passam a vida infelizes se escondendo em casulos pré-estabelecidos por desconhecidos, deixando sua verdadeira essência reprimida.
Feliz é aquele que consegue ser feliz com o agora, com o que tem e com a incerteza do que será!
Buscando visualizar em cada vivência um motivo para ter um momento de alegria, sem cobranças, sem idealizações surreais, situações ou objetos perfeitos, somos lindos nas nossas “imperfeições” e é isso que nos torna humanos!
Amanda Sabrini Müller Lopes CRP 08/20375
Psicóloga formada desde 2013 pela Faculdade Assis Gurgacz, especialista em psicologia fenomenológico existencial pela Universidade Paranaense, possui diversos cursos na área psicológica, já atuou como docente, palestrante, trabalhou com psicologia educacional, atualmente atua em APAE e a como psicóloga clínica a mais de cinco anos.